Higiene Natural (HN) ou Elimination Communication(EC) por
por Fernanda Paz - pioneira na propagação do método no Brasil
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Livro 1 (2017): Bebê sem Fralda Brasil Higiene Natural (R$15) (base da higiene natural: teoria + prática);
Livro 2 (2020): O Desfralde Guiado Pelo Bebê (R$20) (base do treinamento esfincteriano: teorias + prática);
Livro 3 (2021): Os Segredos do Xixi (Diurno e Noturno) (R$25) (base da higiene natural para identificação e captação do xixi - seja HN, seja desfralde (teoria + prática);
Todo mundo tem a ideia de que são normais cólicas, assaduras, constipações, choro excessivo e noites mal dormidas quando o assunto é ter um bebê. Na gravidez já nos preparamos para gastar com muitas fraldas, pomadas, lenços umedecidos, medicamentos e médicos, enquanto os outros nos preparam para bebês que não dormem bem, choram muito e vão ter dificuldades para mamar ou se alimentar. Temos, portanto, a visão de um "mini-adulto" que só nasce via cirúrgica, com chupeta e fralda, tomando mamadeira e dando muito trabalho, sentindo muitas dores, eliminando xixi e cocô sem qualquer critério.
Quando estamos conhecendo nossa cria, tentando compreender suas necessidades, partimos do pressuposto de que se o bebê chorar: ou tem fome, ou tem sono ou tem cólica, talvez dores, afinal, se a fralda está limpa, está tudo bem. Então, se o choro não passa, deve ser dor, vamos medicar! Que loucura! O bichin mal saiu do útero e já está tomando medicação. Isso nunca fez muito sentido pra mim. E provavelmente não faça muito sentido para você também. Tanto é que chegastes aqui!
Sabe, sinto que deveríamos enxergar o corpo do bebê como uma engrenagem perfeita que funciona em harmonia e que deveríamos confiar mais nos processos naturais de parir, amamentar, cuidar com apego, dormir em cama compartilhada, confiar no poder do corpo encontrar as formas de defesa antes de correr para a alopatia e recursos sintéticos que são apenas paleativos.
O nosso cérebro repitiliano é o responsável pela nossa sobrevivência enquanto espécie e ele tem 550 milhões de anos. Depois dele ainda desenvolvemos com respeito em 220 milhões de anos o nosso cérebro límbico, do sistema emocional. Somente nos últimos 200mil anos que o neocórtex se desenvolveu e estamos de forma mecânica querendo fazer com que este último, jovem, mande nos outros, senhores de idade.
Estamos indo na contramão do desenvolvimento humano e isso está nos afastando da nossa natureza selvagem e bela. Que nos permite um uso sábio do corpo e dos conhecimentos ancestrais. O respeito a um processo natural de sobrevivência é o que garantirá a perpetuação da espécie humana de maneira inteligente.
O corpo humano vem se desenvolvendo e grita por socorro com altíssimos índices de doenças e incapacidades, canceres e atrofiamentos de órgãos vitais básicos. Não compreendemos nada sobre cuidados e terceirizamos à indústria médica a manutenção das nossas vidas.
Poderia falar sobre isso por horas! O ponto aqui, neste canal é trazer à luz o conhecimento de que é possível viver de forma mais saudável e prevenir problemas de saúde relacionados ao treinamento esfincteriano que vêm se tornando cada vez mais comum, atender todas as necessidades básicas do ser humano desde o nascimento, respeitando nossa fisiologia e aumentando a conexão entre pais e filhos. Assim como atendemos a fome e o sono, podemos e devemos atender o xixi e o cocô também, porque não faz sentido que um recém nascido consiga realizar suas eliminações usando um tampão como as fraldas, um advento da modernidade barrando 550 milhões de anos de evolução.
É aí que entra a Elimination Communication (EC) ou Comunicação de Eliminação ou Assisted Infant Toalet Training (AITT) que ganhou na America Latina e na Europa o nome de Higiene Natural (HN ou HNI - higiene natural infantil) e consiste em atender as necessidades de evacuação dos bebês e dar uma assistência de banheiro desde o nascimento, sem limite de idade para começar, sendo um método muito positivo também para auxiliar no desfralde. Mas, é preciso deixar claro, os bebês usam fraldas sim e não possuem controle esfincteriano, porém, com a prática da higiene natural os pais e cuidadores podem captar os xixis no penico, bem como ter um bebê que faz cocô sempre no mesmo turno e horário, uma a duas vezes por dia, que não desenvolve assaduras nem bactérias ou fungos e dificilmente sofre com dermatite da área das fraldas, cólicas e problemas com o sono ou amamentação/alimentação. De quebra, ainda haverá grande economia de produtos e medicamentos relacionados ao uso de fraldas, maior respeito à natureza e menos descarte de lixo não reciclável (fraldas descartáveis) ou gasto de água em caso de fraldas de pano, portanto, menor impacto financeiro, ambiental e maior conexão e comunicação entre pais e filhos.
Estudos científicos já apresentam a higiene natural como solução para diversas demandas dos bebês, como por exemplo, no caso das cólicas, em que Geraldine Jordan (2014) publicou um ensaio entitulado: "Comunicação de Eliminação como terapia para a cólica” (tradução livre), no resumo, define a autora:
[...] Além de choro excessivo, sintomas e descritores de cólica infantil incluem choro inconsolável, gritos, pernas elaboradas contra o abdômen, sobrancelhas franzidas, abdômen distendido, arqueado para trás, eliminação de gases, choro após alimentação e dificuldade de defecar/constipação. [...]. Comunicação de eliminação (EC, também conhecido como Higiene Natural Infantil-HNI e às vezes se refere à formação em penico, ou uso assistido do banheiro pelo bebê) envolve o uso de sinais pelos quais os bebês demonstram aos cuidadores que querem urinar ou defecar e estes, observando passam a conhecê-los e atendê-los. Tais sinais podem incluir tipos de choro, contorcendo-se, esforçando-se, distendendo-se, fazendo uma careta, agitação, vocalizando, olhar atento no cuidador, rosto vermelho, gases e grunhidos, muitos dos quais são os mesmos sintomas iniciais relacionados com o aparecimento de estados infantis de cólica.A MELHOR resposta para essa situação é a atenção e carinho de um cuidador para estes sina
is de uma criança, envolve a descoberta da fenda interglúteo do bebê (bumbum ao vento) e embalando o bebê delicadamente e não coercitivamente em uma posição de cócoras em que ele fique seguro e suportado. Esta posição vai aumentar o ângulo anorretal da criança facilitando assim a evacuação completa. Acredita-se que a eliminação eficaz e em tempo irá provocar um aumento de conforto físico para a criança e os sintomas de cólica irão concomitantemente diminuir. CONCLUSÃO: A hipótese de EC como terapia para cólicas não se centra em treinamento do banheiro em uma idade precoce, mas na implementação do conhecimento/observação do aspecto da criança/bebê, de modo que a micção e a defecação sejam auxiliadas. Ao ter suas necessidades atendidas, o bebê melhor expressa sinais de necessidade de fazer xixi e cocô, que incluem tipos de gritos e sintomas idênticos aos conhecidos como cólicas. Quando essas dicas são reconhecidas e o lactente está posicionado de cócoras apoiadas, estará na posição, podendo urinar e defecar com facilidade. O lactente terá alívio do desconforto gastroenterológico e uma redução dos sintomas cólicos. Se os sinais não forem adequadamente respondidas em tempo hábil por um cuidador atento, então o estresse e o choro vão aumentar a escala. No entanto, um cuidador atento e disposto a dar a resposta às pistas que o bebê dá, colocando-o a posição correta, de forma gentil e não coercitiva em um ambiente seguro, posicionando-o de cócoras, aumentará o ângulo anorretal do bebê facilitando a defecação completa. A eliminação completa, dando maior conforto físico para a criança ocasionando uma concomitante diminuição dos sintomas de cólica. [1]
O que nos faz deduzir que não custa nada permitir o cocozinho do bebê sem fralda, apostando em massagens diárias e posicionamento no momento oportuno. Existem muitas críticas à comunicação de eliminação, porém, estão pautadas na ideia de que seja um treinamento precoce de banheiro e que exigiria um controle esfincteriano por parte do bebê. Além dessas impressões estarem equivocadas, vão de encontro ao estudos relativos ao tema. Esse estudo e outras tantas informações você encontra no Livro do Bebê sem Fralda, um PDF fácil de baixar e ler no celular, em qualquer hora e lugar.
Sobre o treinamento infantil para o banheiro (Infant toalet training)
No Jornal de pediatria de 2008, Mota & Barros publicaram um estudo sobre o treinamento esfincteriano no Brasil, expressando sua preocupação com relação ao treinamento precoce de banheiro e possíveis eventos adversos, concluíram: “sabemos que não é possível acelerar o desenvolvimento e a mielinização das fibras nervosas, necessárias para adquirir esse controle, e que a criança precisa de desenvolvimento cognitivo para poder entender os mecanismos envolvidos na aquisição de fibras urinárias, hábitos, e também como se adaptar à cultura local e socializar". Contudo, citaram estudos anteriores, que levavam em consideração técnicas de desfralde coercitivas. Para contestar este estudo, a Dra. Sahar Tali (et.al., 2009) escreveu uma carta à edição do Jornal de Pediatria (2009), lembrando que estudos concluem que a prontidão do banheiro é determinada mais pelo ambiente do que pela neuroanatomia. O treinamento de toalete infantil assistido (assisted infant toalet training - AITT), também chamado de “comunicação de eliminação”, é amplamente utilizado na Ásia e na África e os métodos relacionados são dramaticamente diferentes dos treinamentos tradicionais que são coercitivos, pois não há nenhuma aplicação de recompensa e castigo, por exemplo, em vez disso, há uma atenção gentil aos sinais e necessidades de eliminação da criança (RIGOLOTTO, 2004). Vários estudos demonstraram que bebês são capazes de permanecer secos quando permitidas outras opções mais condizentes com seu status de desenvolvimento. Apesar de seu sistema nervoso subdesenvolvido, os bebês conseguem captar bem os mecanismos do funcionamento urinário para exibir sinais de eliminação e satisfação. Quando um recém-nascido se contorce ou chora está sentindo o desejo de esvaziar sua bexiga ou intestinos. Um bebê mais velho gesticula e, se possível, rasteja na direção de um penico; uma criança andando pode caminhar até um penico e sentar-se. Quando um bebê está com fralda, esses sinais são mal interpretados e ignorados. Pais e cuidadores atentos podem reconhecer esses gestos e ajudar a criança.
Acreditamos que o AITT oferece uma alternativa saudável ao treinamento higiênico contemporâneo. A criança pode ter mais mobilidade sem uma fralda incômoda, sofrerá menos erupções cutâneas e poderá desenvolver uma melhor função vesical, enquanto a comunicação entre pais e filhos é enriquecida, e os danos ecológicos causados por fraldas descartáveis são reduzidos. A atual situação ecológica e econômica demanda tal alternativa, especialmente em países onde grande parte da população tem recursos financeiros limitados, como o Brasil [2]